BARRA da  TIJUCA,  RIO  de  JANEIRO.

CINZA, é o nome do gato, protagonista dessa história,  Era uma manhã cinzenta, fria em plena Primavera.
Duas moças, no trajeto á rede bancária viram um gatinho aparentando 40 dias de vida tremendo de frio e com fome.
Comentaram, a respeito do felino, devido o precário estado em que se encontrava. Quando chegaram ao banco, viram
o gatinho que as seguiu. Cumprido os compromissos, na saída da rede bancária, viram novamente o animalzinho,
abrigando-se da garoa insistente e fria. Ao  passarem pela guarita do condomínio, ouviram o miado suplicante do pobre
gatinho, em estado lamentável. Ficaram comovidas, e acharam por bem no mínimo alimentá-lo com leite e dar -lhe
assistência veterinária. O veterinário diagnosticou o estado de saúde do bichano e receitou os medicamentos de praxe
e o dispensou. A esta altura dos acontecimentos, calculando os prós e contras, as moças chegaram á conclusão que,
deveriam adotá-lo. A minha nora, comunicou o fato inusitado ao meu filho que naquela semana se encontrava a serviço em
Lima, no Perú. Ele, por ser sensível a causa nobre, concordou plenamente. A partir daquele dia, CINZA se tornou o xodó
da família. Passaram- se dias e meses, após a adoção. Torno-se um bonito e inteligente bichano diferenciado dos demais
gatos. Eles geralmente não gostam de estar em contato com água, no entanto, CINZA, contrariando o DNA do contexto
animalesco da qual pertence, aprecia um bom banho. Meu filho e a esposa dele moravam no vigésimo segundo andar. O
gato mimado gostava de ficar na sacada da janela, logicamente com proteção adequada. Apreciando o movimento das
das pessoas que frequentavam, e o vai e vem das ondas do mar geralmente adormecia na sacada da janela. Certo dia, lá estava
o nosso herói, dormindo e sonhando com a apreensão de um passarinho, na sacada fatídica da janela aberta. A minha nora,
ao perceber a situação inusitada, ficou perplexa e incrédula, não conseguia raciocinar, e como agir. Embora tremula, conseguiu
contornar a situação, com passos firmes, e cautela agarrou o irreverente animal de estimação. Devido o estado emocional não
conseguia ficar de pé, com as pernas tremulas, sentou no sofá , com o gato no colo, sem a mínima noção, de quanto tempo
havia passado. A partir daquele dia, jamais ousaram deixar a janela de vidro aberta, onde residiam, vigésimo segundo andar.
Um ano após o episódio traumático, eles foram morar na Holanda, (Europa) por conta do trabalho: consultor da área de
informática. No contexto de viabilidades,  acharam por questões de bom senso deixar CINZA na minha casa em Santo André SP.
aos nossos cuidados.Aceitamos cuidar o bichano, durante o período de três meses, o tempo que eles ficariam na Holanda.
A minha casa tem um enorme quintal com arvoredos. O felino ambientou-se em poucos dias, e se achando o dono do pedaço e
de vez em quando capiturava passarinhos e ficava um bom tempo brincando, e depois nos entregava vivo sem ferimentos.
Praticava atos, diríamos nobres, que se não visse com os próprios, era para duvidar das façanhas pitorescas.
Meu filho mais novo morava comigo e minha esposa. Ele é funcionário público.  No quarto dele tinha um enorme aquário, com
vários peixinhos ornamentais. Alem desse tinha um mini aquário com um pequenino peixinho dourado.


Já era noite, e ao entrar no quarto dele notou a ausência do pequenino peixe. Ele interrogou ao gato, onde estava o peixinho dourado.
O pobre animal miava  ( miau, miau ) como que querendo explicar. É inconcebível, porém levou umas palmadinhas de leve.
No dia seguinte,quando minha esposa abriu a porta da cozinha que dá acesso ao quintal, CINZA correu para fora e abocanhou o
peixinho já morto e levou ao quarto do meu filho, e deixou aos pés dele com um miau, como que dizendo: não devorei o peixinho, estava
apenas brincando com ele. Nós ficamos comovidos com o gesto do CINZA. Ele queria apenas brincar com o peixinho...ACREDITEM, é
uma história VERIDÍCA.